Crítica - A Visita(2015).

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A Visita(The Visit), dirigido por M. Night Shyamalan.
O sucesso em Hollywood é uma faca de dois gumes: ao mesmo tempo que o torna uma estrela do dia para a noite, pode ser cruel, imprevisível e impiedoso. Uma hora o profissional está por cima, mas um pequeno erro pode tirar todos seus créditos e renegar alguém que outrora fora um prodígio, ao mais obscuro ostracismo. Entre tantas decadências tão meteóricas quanto suas ascensões, um nome sempre surge antes dos outros: M. Night Shyamalan.

O indiano tomou a indústria de assalto no final da década passada, com seus plot twists geniais e mirabolantes, foi taxado de gênio, uma nova relíquia. Passada pouco mais de uma década, porém, o que se vê é um homem desacreditado e que virou piada, acumulando vexame após vexame, sendo difícil encontrar quem ainda defenda o diretor.

Após amargar tantos fracassos em mega produções, era questão de tempo até que as oportunidades sumissem. Isso finalmente aconteceu, e agora, em 2015, M. Night volta à suas origens com o thriller de baixo orçamento intitulado “The Visit/A Visita”. Lembrando muito as pequenas produções caseiras que fazia quando adolescente, muitos dos quais revelados como bônus nos dvds de seus filmes, o longa ensaia alguns bons momentos, mas o resultado final ainda é o mesmo que tem acometido suas obras: uma verdadeira galhofa.

O enredo acompanha Becca(Olivia DeJonge) e Tyler(Ed Oxenbould), dois irmãos que vão visitar seus avós fazendeiros pela primeira vez. De início, parecem idosos comuns, simpáticos e trabalhadores, mas com o passar dos dias, seus estranhos hábitos vão deixando os jovens cada vez mais intrigados e assustados. A trama é básica, e Shyamalan abraça de vez o clichê, o que não impede de construir boas cenas através do Found Footage. No 1º ato, principalmente, o diretor utiliza bem do ambiente bucólico e inóspito para criar momentos de tensão, abusando de sombras e enquadramentos fechados e claustrofóbicos. São os prevísiveis sustos repentinos, mas filmados de uma maneira eficiente e que realmente deixa o espectador apreensivo.

A atuação dos pequenos é competente, mas são os atores que interpretam os avôs que seguram a atmosfera da película enquanto possível, os veteranos Peter McRobbie  e Deanna Duanagan, com seus olhares lunáticos e perdidos, postura  retorcida e castigada, passam bem a áurea de que “algo não está certo”, o que se evidencia conforme o longa avança.

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As atuações de Peter McRobbie e Deanna Duanagan são um dos poucos acertos do filme.


Apesar do início divertido, entretanto, quanto mais a obra prossegue, mais torna-se explícito que qualquer resquício da genialidade que Shyamalan já tenha demonstrado, evaporou, pois ele comete um erro crasso para uma fita de terror: cair na mesmice, e logo, impossibilitando um envolvimento maior de quem o assiste. A partir da metade do 1º ato em diante, tudo torna-se um amontoado de cenas idênticas a franquia Atividade Paranormal. Mulheres se arrastando com cabelo desgrenhado sobreposto a face também perderam seu potencial macabro há anos. Onde foi parar sua criatividade, M.?

Ainda tentando soltar um último suspiro, o cineasta usa do principal artifício que o tornou famoso – se é que me entende - , mas mais uma vez, falha em segurar a atmosfera gerada pelas revelações apresentadas, o que mitiga qualquer impacto e intensidade que estas poderiam render. Shyamalan virou sombra de si mesmo, a cada trabalho tenta repetir suas fórmulas, sem notar que tornaram-se antiquadas e apáticas.

Por fim, existem duas maneiras de se assistir “The Visit”: A 1ª é como um filme sério de terror, que pretense assustar e absorver sua atenção, mas nesse quesito, falha totalmente. A 2ª é assumir ser um thriller que não se leva a sério, e mesmo que minimante, se divertir durante seus curtos 94 minutos. Muito pouco para quem já se comparou a KurosawaHitchcock e Kubrick.

Nota: 5.

Um comentário:

  1. Eu detestei aquele pia que fica fazendo uns raps nada a ver e nos créditos ainda é preciso rever um pouco mais daquilo. Sério, aquilo sim foi aterrorizante.

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