Os Filmes dos X-Men Ranqueados do Pior ao Melhor


Toda era tem um início, mesmo que não a percebamos imediatamente. Se hoje os filmes de herói são a maior fonte de lucro das produtoras, que se digladiam para apertar ainda mais o calendário com películas incessantes e interligadas com personagens advindos de quadrinhos, apostando inclusive em personagens da terceira ou quarta prateleira, algo inimaginável anos atrás, alguém teve de ter os colhões para, décadas atrás, arriscar trazer estas figuras ao cinema mainstream.

E que se recorde, o marco inicial para hoje vermos Os Vingadores, a Liga da Justiça e quaisquer que sejam seus poderosos favoritos, foi dado em 2000, quando a Fox e, o hoje ostracizado (merecidamente) Bryan Singer, trouxeram o super-time dos X-Men para a grande tela (sem desmerecer o estímulo propiciado por Blade), protagonizados por um então desconhecido Hugh Jackman, apoiado por nomes de peso na indústria, como Ian McKellen e Patrick Stewart; deu tão certo que hoje temos o que temos, com vários destes filmes anualmente, inclusive com os próprios mutantes, que mesmo irregularmente, perduraram entre as mudanças no gênero.

Com a aquisição da FOX pela Disney, no entanto, é chegada a hora de novos ares, novas estéticas e novos rostos. E o fim desta saga chega com Fênix Negra, que infelizmente marca uma despedida indigna aos tão ricos e importantes mutantes. Porém, a memória há de se recordar de que, apesar de nem sempre constantes, a luta contra o preconceito rendeu excelentes histórias. E por isto, este post irá ranqueá-los do pior ao melhor, incluindo os filmes do Wolverine.

Sem mais delongas:

10º X-Men Origens: Wolverine

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Como enterrar toda uma ideia para desenvolver uma franquia em cerca de duas horas de muita vergonha alheia, efeitos bem questionáveis e uma miríade irreparável de escolhas ruins que somente empobrecem a mística (rs) por trás do passado sombrio e misterioso de Logan. Provavelmente, junto com Lanterna Verde, o filme de herói que mais pessoas buscam esquecer. E isto parte do elenco, produtores. Todos. E uma dose dupla pra Ryan Reynolds, que sabe-se lá como conseguiu uma terceira chance para ter sua redenção como o Deadpool atual.

09º X-Men: Apocalipse


Talvez o filme da saga que mais reuniu expectativa. Final da trilogia para uma dupleta até então primorosa e que revitalizou o time de mutantes, a ambição era forte em apostar num dos vilões mais icônicos, talvez o mais poderoso possível para estes personagens, além de apresentar como figuras queridas como Ciclope e Jean Grey entraram para a escola de Xavier. Porém, só tivemos uma narrativa apressada e mais interessada em cenas de ação megalomaníacas do que desenvolver os ideais de Apocalipse (Oscar Isaac parecendo ter saído direto do set de Power Rangers), seus capangas e a dinâmica dos novos e velhos mutantes. Um erro colossal por parte de Singer, que após todos estes anos deveria ter aprendido a entender melhor suas crias cinematográficas. 

08º X-Men: Fênix Negra


Ok, nunca li as HQs da Fênix Negra, mas ou os roteiristas são preguiçosos, ou faltam histórias devidamente boas do grupo em seu material de origem, ou falamos de uma saga seminal, tamanha a insistência e coragem de adaptá-la após o fraco Último Confronto. Há mais dinheiro, melhor produção, um grande elenco e uma trilha sonora inestimável do monstro Hans Zimmer, mas falta coerência e consistência neste canto do cisne para os X da Fox. 

X-Men sempre me pareceu uma espécie de "desfranquia". Em que um filme era planejado e, de acordo com seu sucesso, outros feitos a partir do nada, forçando ligações entre as tramas. Pensar que este Fênix Negra encerra um ciclo iniciado por First Class e Future Past soa como um universo alternativo, ou então como aquelas sequência de clássicos Disney lançados diretamente ao Home Video, somente para lucrar sobre uma marca conhecida. Os personagens perdem peso dramático, são descaracterizados, a vilã é patética e vazia, e as consequências são, quase sempre, descarregadas de emoção. Um filme feito no automático e indigno de seus personagens.

07º Wolverine: Imortal


Um baita upgrade no Origens (o que infelizmente significa pouca coisa). Imortal possui boas virtudes. O considero um genuíno filme bom até o segundo ato. Criativo e interessante ver Logan em um contexto totalmente diferente, num país e cultura que admiro (ok, aí entra um viés bem pessoal). Porém, acontece o comum descarrilhamento pro terço final, novamente com um nêmesis desinteressante e desumano demais para ter algum valor real que torne esta uma experiência memorável. Um pedido de desculpas que acaba juntando mais motivos para novas apologias (que, felizmente, vieram).

06º X-Men 3: O Confronto Final

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Que Bryan Singer é um lixo radioativo, ninguém duvida. Mas sua participação profissional fez falta para encerrar a trilogia (e pra calhar, trouxeram outro diretor com péssimo histórico moral, que dirá Ellen Page) que havia começado tão bem (uma maldição do cinema, mas que perseguiu fielmente os X). Abordando tramas demais ao mesmo tempo, diluindo arcos que poderiam render discussões e cenas muito mais elaboradas e frutíferas (Fênix Negra aí de novo), Último Confronto serve mais pra batalha de Pyro com o Homem de Gelo (que eu nem sei se é tão boa quanto eu me lembro).

05º X-Men 1

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Toda obra deve ser assistida buscando respeitar seu tempo. Com os olhos da época. Não tendo vivido a respectiva era, pode parecer uma tarefa impossível, e assim, este primeiro X-Men pode soar obsoleto para novas gerações acostumadas com as proezas vistas em longas como Endgame (apesar de que ainda não conseguiram fazer parecer convincente as cabeças flutuantes de Stark e Parker em suas armaduras), Aquaman e o próprio Fênix Negra, afinal, filmes de herói dependem de efeitos para transmitirem veracidade perante o absurdo que são, teoricamente. E nisto, X-Men envelheceu mal. Porém, é uma história muito prazerosa e minimalista de se ver hoje em dia, em terrenos que buscam mais e mais impacto, muitas vezes absorvendo qualquer tensão devida. Ver o começo de tudo, a selvageria de Jackman, o brilhantismo de Xavier e a frieza calculada de McKellen como Magneto, pela primeira vez, é bom demais.

04º X-Men 2

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Ok. Até agora, tivemos, a meu ver, um filme tenebroso, um muito ruim, um ruim, dois medianos e um bom. Agora, entramos no reino do estrondosamente positivo. No excedente. Talvez quatro seja um número pequeno de acertos absolutos para uma franquia com dez filmes, mas são quatro devidamente excelentes, e isso já é mais do que a Marvel conseguiu em mais de vinte, e portanto, mesmo com várias amostras péssimas, sentirei saudade do que a Fox fez com os mutantes.

Já com mais liberdades financeiras e, portanto, criativas para desenvolver este universo após o sucesso da primeira fita, X2 revigora todos os acertos de seu predecessor, e reverte seus erros. A luta ainda é mais centrada no ideológico do que na força (apesar de combates puramente brutais ainda nos divertirem muito), uma aula de inspiração no histórico arco "Deus Ama, o Homem Mata". Político, intenso, denso e um grande entretenimento.

03º Logan


Eu disse, nos comentários de Imortal, como as desculpas, felizmente, viriam. Com flores, um pacote de dinheiro, balas fini e tudo mais que tu imaginar. Logan poderia inclusive entrar na mesma onda de Dark Knight e se dissociar do limitante gênero de super-heróis, pois é mais do que isso, com muito mais a contar.

Crítica de Logan 

Produção mais madura, sóbria e melancólica da saga, Logan é calcado num Western distópico onde os mutantes já perderam a batalha, e num tom sombrio, porém com fagulhas de otimismo, conta a última balada de Wolverine e o que sobrou dos X-Men, num abre-alas para a nova geração que, infelizmente, não vai sair, mas serve de perfeita homenagem ao legado de Jackman e dos X-Men da Fox. Algo que, aposto, jamais será replicado, em tom e qualidade, nas mãos da Marvel.

02º X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido

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Uma história ambiciosa e que parecia direcionada somente a apagar os inúmeros erros cronológicos e narrativos dos X-Men nos cinemas, potencialmente causando paradoxos e mais distúrbios na força. A substituição de Matthew Vaughn, que fizera tão bem em First Class, pelo empoeirado Bryan Singer, também não soou bem, mas uma última vez, as dúvidas de mostraram erradas, e Dias de Um Futuro Esquecido se provou um acerto excepcional de uma história complexa e caótica que remodela toda a história ficcional destes personagens.

A união das duas gerações dos X funcionou mais do que qualquer um esperaria, e mesmo o protagonismo roubado de Wolverine é menos impenetrável, dividindo de fato a relevância com o Magneto, Xavier e Mística. Dos novos acréscimos, o Mercúrio de Evan Peters comanda uma cena de ação hilária, engenhosa e divertida de uma forma que obliterou qualquer chance do filho de Magneto funcionar em Ultron - e, quem diria, não deu.

A última grande aventura dos X-Men como time nos cinemas.

01º X-Men: Primeira Classe

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No começo da década, ninguém apostava mais nos X-Men. Após os malsucedidos Confronto Final e Origens, com a crescente da Marvel, parecia uma aposta furada e fadada ao fracasso. Um novo grupo, com novos personagens e atores, equipe criativa alterada, material de divulgação feito por uma criança de oito anos após sua segunda aula de computador...Não tinha como dar certo. E deu. E como deu...

First Class foi um sopro de vida para o gênero, o estúdio e o grupo. Matthew Vaughn trouxe toda sua experiência para a ação, mas com um humor leve e bastante energia, contando com uma escalação de elenco fenomenal e bastante esforço para tornar até mesmo o mais desconhecido e prosaico dos mutantes simpático e instigante - algo abandonado nas sequências, já que abrangência nunca foi o forte de Singer -, conseguindo fazer a melhor história de origem de heróis desde o Homem-Aranha de Sam Raimi, e a maior referência no que tange a filmes de época da temática (novamente fazendo o Primeiro Vingador da Marvel passar vergonha). É divertido, engraçado, e sem esquecer do fundo político e social que diferencia os X-Men de seus companheiros encapuzados. O melhor dos dois mundos. E até então, inigualável.

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E é isto. Concordam com a lista? Deixe abaixo sua opinião e, é claro, o seu ranking. Que a Marvel queime minha língua e trabalhe bem suas novas aquisições.

Um comentário:

  1. Primeira Classe tb é meu preferido. Minha lista seria parecida, mas tenho um gosto polêmico de achar O Confronto Final melhor que X-Men 1 e 2 rs O pior é de longe Origens Wolverine mesmo.

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