Top 10 Melhores Personagens de Harry Potter


O personagem é a história. Sendo um estudo de personagem ou um arco mais objetivo, não há boa trama sem boas figuras que a conduzam, que a tornem interessante para nós. Uma aventura sem que nos simpatizemos e importemos com os personagens se torna uma experiência fria e passiva, estética, mas não emocional. Sem emoção, não há uma correlação simbiótica que reforce tudo que se vê. Seria como sobrevoar uma paisagem em helicóptero. Você pode achar tudo muito bonito, mas é a experiência humana que lhe marca. 

O que faz um personagem ser considerado bom? Robert McKee, o principal estudioso de roteiro do mundo, fala sobre as várias dimensões de conflitos e relações que criam o personagem tido como ideal. São três níveis. 

Os conflitos íntimos: internos, pessoais e interpessoais. 
Os conflitos do ser: emoções, amigos e instituições sociais. 

E as inter-relações entre elas: corpo, amantes e ambiente físico numa camada; mente, família e interação do indivíduo com o ambiente.

Claro, esta é uma cartilha. Apesar de todo bom personagem possuir vários dos elementos mencionados, muitos focam em alguns poucos sem deixar de serem fascinantes. O que dimensiona o alcance de um personagem está, muitas vezes, mais do que no texto, mas na própria atuação de um ator, ou no comportamento do personagem. 

Por isso, eu atribuo três sentidos para definir um personagem interessante: desenvolvimento, carisma e credibilidade. Os supracitados conflitos se mesclam para preencher estes três atributos, visto que eles configuram um bom desenvolvimento e a credibilidade destes com a estrutura de sua história. 

hermione x harry | Tumblr

Tendo em vista essa introdução, vamos ao intuito do post. Harry Potter, por mais fascinante que seja como universo, seria somente um esboço frio sem habitantes que nos conduzissem por sete livros e oito filmes com paixão e tantos outros sentimentos que nos façam integrar aquele mundo dentro de nossas figuras mais queridas. 

O exercício de predileção é pessoal, e são vários os nomes que ficaram, penosamente, de fora. E isso indica a competência de J.K. Rowling em explorar e desenvolver sua história.

Vamos ao Top:

10º Rony Weasley

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O sidekick principal. Rony sempre foi o amigo masculino mais tradicional, sem muito emocional e inteligência, mas de suma importância para o bem-estar psicológico de Harry. O ruivo foi o primeiro amigo de verdade do protagonista, que pela primeira vez o fez se sentir incluído num ambiente, ainda mais um desconhecido. A temporada mais penosa e solitária de Harry em Hogwarts foi justamente em Cálice de Fogo, no período em que os dois brigaram, quando a vida de Harry se tornou menos leve e divertida.

Entretanto, ao contrário de Mione, o arco de Rony é mais dependente ao orbitar o do Potter, o que subtrai de seu valor individual, sendo um arquétipo mais "bobo" do que autossuficiente, ainda que seu desenvolvimento seja visível ao final da narrativa, em como lida com seus sentimentos, a aceitação do amor por Mione e as tragédias que ocorrem ao seu redor. 

Outro fator discutível é a credibilidade atual do personagem, que talvez seja o mais mal envelhecido da franquia, um produto bem representativo da época em que foi escrito, mesmo que seja por uma autora, sexo feminino, visto que várias atitudes suas são análogas ao esperado de um estereótipo masculino por vezes tóxico, mas frequentemente tradicionalista, como a eterna recusa de abraçar Harry, mesmo ao final de Relíquias da Morte, ou até Hermione em Câmara Secreta, quando a garota retorna da petrificação. 

Rony está em nosso corações e funciona muito bem na história, mas uma análise bem elaborada expõe sua problemática. 

09º Neville Longbottom

Nagini | ⚡.HARRY POTTER.⚡ Amino

Neville é uma mescla de arquétipos entre o cara comum enfiado num ambiente competitivo e pouco familiar, com o do bobo. Não se enquadra tanto no segundo por ele não buscar realmente ser um palhaço, como Rony, e ser colocado nesta posição por sua natureza atrapalhada. Em termos narrativos, por algum tempo, ele foi imposto como alívio cômico em situações de degradação pessoal, vítima de abusos por inocência e baixa autoestima. É um caso típico e óbvio de quem aguarda uma redenção ao final, e isto não é uma crítica, mas sim uma mensagem valorosa e diria até necessária.

A mudança do personagem, desta vez, é expandida nos filmes, em que a retomada de Neville por seu próprio destino conversa com o amadurecimento estético de Matthew Lewis, assim como a maior importância dada ao menino nos longas, como HP4, em que ele usurpa o papel que nas páginas fora dado ao elfo Dobby. 

Apesar de ter demorado para Neville receber a atenção devida e demonstrar seu valor de modo contundente, algo que só veio em Relíquias da Morte, na Batalha de Hogwarts, sua força interna já fora sugerida em Pedra Filosofal, quando debilmente ele tenta enfrentar o trio a transgredir a lei da escola. Entretanto, no capítulo final, o espírito de Neville se torna mais livre justamente por uma autonomia de pensamento transgressora de regras em sua decisão, e não uma busca por aceitação ao tentar interromper Harry, Rony e Hermione quando estes ameaçam tirar mais pontos da Grifinória com suas ações. Lá, Neville não necessariamente discordava dos três, mas buscava formas de provar seu valor através da legitimação da maioria. Ao derrotar Nagini e enfrentar Voldemort, é Neville quem assume o 
controle e instiga os outros. Acho bonito isso. 

08º Sirius Black 

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Eu gosto bastante de Sirius. Com o tempo, entretanto, entendi que muito desse gosto se dá pela atuação debochada, carismática e rebelde de Gary Oldman, que tomou controle total do personagem. Até escrevi um conto sobre ele alguns bons anos atrás, infelizmente perdido pela internet, tamanha minha simpatia por Sirius.

Pelas páginas do livro, no entanto, seu desenvolvimento passa mais pela rápida menção de seu passado do que por suas ações do presente. Sirius e Lupin encerram a tragédia que foi a vida dos marotos e aqueles que os circundaram (Snape, Lily, Dumbledore). De garotos arrogantes, travessos e brilhantes, a uma derrocada sem redenção e com a centelha de esperança apagada logo quando retornou após anos de prisão. É um tanto melancólico, ainda que real isso, o que reverbera a credibilidade do destino dos personagens, afinal, nem todos conseguem seu final feliz. Porém, esse término abrupto deixa um gosto amargo, já que a revelação da verdadeira identidade e intenções de Sirius, sua transferência como figura paterna de Harry, nunca são devidamente realocadas na realidade da obra. Ele se torna, assim, a primeira figura partida do mentor que força o amadurecimento de Harry, algo que seria retificado ao máximo com a partida de Dumbledore. 

O fato é que sua vida trágica gera mais simpatia que o impacto e a mudança do personagem no presente da franquia. E por isso, por mais que o adore, ele fica na oitava posição. 

07º Lord Voldemort

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Eu considero Grindelwald um personagem mais multidimensional e crível que Voldie, mas como esse esboço só está sendo explorado devidamente nos filmes de Animais Fantástico, não haveria como incluí-lo na lista.

A força de Voldemort está no orgulho e vaidade de seus princípios, sua ideologia de ódio espelhada em Hitler. Ele é, acima de tudo, um psicopata. Não há maiores razões para fazer o mal, e sim uma certeza de superioridade baseada em crenças raciais e um nojo de sua origem. A atuação novamente expande o personagem, com um Ralph Fiennes maníaco e hipnotizante nos gestos e pronúncia, curtindo muito o extremismo que o personagem permite. Ele não deixa de ser verossímil por isto, afinal, o mal, infelizmente, não precisa de uma razão concreta para ser praticado. Há mais de um exemplo real na história para isto. É somente uma preferência pessoal.

Porém, o conjunto da obra torna Voldie mais icônico que o antigo nêmesis da comunidade bruxa (sem contar o péssimo casting), erigindo-o à sétima posição. 

06º Draco Malfoy

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Draco carregou um dos arco mais bem elaborados de Rowling, ao desempenhar a alegoria pretendida pela autora de como representar a teoria Rousseaouniana do homem corrompido pelo próprio ambiente e da banalidade do mal de Hannah Arendt, e a responder com um gesto final de autonomia do próprio indivíduo vítima de tais exposições para ir contra elas, por mais difíceis que sejam as consequências e o status quo. 

Draco nunca teve muita opção. Nos primeiros livros e filmes ele surge como um vilãozinho mimado e unidimensional com ideologias repugnantes de racismo e classes sociais. No segundo capítulo já temos uma ideia de onde ele tirou seu comportamento, algo acrescentado conforme passam os anos, e que ele somente parece replicar indolentemente, até se ver de vez enfiado na lama em Enigma do Príncipe. A partir daí, o personagem vive um dilema moral de ter de praticar o que defendeu e fora ensinado a vida toda, para então perceber, já como um jovem amadurecido e consciente de seus atos, que não concordava devidamente com os pensamentos de Voldemort. 

Por Draco (e Duda, em menor grau), Jô dá uma alternativa otimista à formação danosa das crianças, favorecendo a influência de referências positivas e da própria consciência individual do ser, acima daquelas que lhe foram impostas por figuras de poder. A troca de acenos entre ele e Harry, no epílogo de Relíquias da Morte, é de um simbolismo gentil e tocante. 

05º Alvo Dumbledore

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Alvo Percival Wulfrico Brian Dumbledore, Ordem de Merlim, Primeira Classe.

O clássico mentor da Jornada de Herói, este é um dos arquétipos literários mais fascinantes. Sábios, misteriosos e extremamente poderosos. Obi-Wan e Gandalf são outros dois célebres representantes desta classe de RPG. Por si só, com sua força e papel, costumam cativar, mas o que torna Dumbledore mais do que um simples chefão foda está nas peculiaridades de seu comportamento e na sua história, e não somente em suas frases de efeito (ainda que elas sejam ótimas). 

O flerte de Dumbledore com o mal em seu passado e seus traumas corroboram bastante para a multidimensionalidade do personagem e sua atitude elusiva e quieta, ainda que excêntrica e divertida. O bruxo, sempre sábio, de valorosas dicas e bondosas palavras, perde o status de intocável com o passar da saga e se aproxima mais de uma figura paterna, porém falível e frágil, algo que atinge o ápice em Enigma do Príncipe, por mais que seu personagem não deixe de ganhar nuances mesmo no pós-morte. 

Dumbledore, como todo mentor, é seguido de uma reputação que, quando aprendemos aos olhos dos outros, o erguem a uma posição de divindade, algo que acaba por ser derrubado por suas ações e conforme descobrimos seu passado. Ao contrário do que possa parecer, entretanto, estas características enriquecem o personagem. Dumbledore não conseguiu deter o surgimento do mal, não conseguiu interromper mortes, não conseguiu executar e moldar o destino do mundo como ele gostaria, apesar de ter manipulado e decidido muito de como a história terminou. Por tantos pontos de vista, ele fracassou e levou uma existência isolada e desolada por uma culpa que nenhuma ação remediou. Esta dor o dignifica. 

04º Harry Potter

Harry Potter Hi GIFs | Tenor

Protagonistas tendem, não raramente, a estar entre os personagens menos interessantes de sua própria história. Utilizando novamente os exemplos clássicos de Star Wars e Senhor dos Anéis, temos em Luke e Frodo, respectivamente, duas figuras muito insossas e de atributos pouco convincentes e inspiráveis aos olhos do público. Há de se listar vários, talvez dúzias, de nomes que ficaram mais gravados no imaginário popular que eles. É divertido como a própria figura de Luke só ganhou mais respaldo e casca, por assim dizer, quando ele assumiu o papel de mentor na nova trilogia, recebendo muito mais adornos com o advento de uma barba e marcas de idade do que nas ações de sua juventude. 

Considero Harry muito mais interessante que ambos, ainda que colocado numa mesma estrutura da Jornada do Herói. Isto se deve, potencialmente, pelo início de sua história ter sido tão precocemente em relação aos outros dois, que mesmo que tenham sido jogados numa realidade nova, já possuíam mais formação de caráter. Harry, entretanto, foi moldado conosco por entre os livros. Cada aventura nova era um pedaço de sua formação individual, visto que antes fora isolado e maltratado.

De garoto inocente e destinado a grandeza, a um rapaz rebelde, indeciso, apaixonado, determinado, sempre crescendo, sempre mostrando novas nuances, e jamais o herói perfeito. Ele carrega decisões típicas do protagonismo e que por vezes irritam, mas com uma fragilidade muito humana e carregada de sorte e amigos. 

A maior crítica que tenho a Harry como personagem é a baixa repercussão que 11 anos de solidão e bullying dos Dursley tiveram em sua personalidade. Entendo que talvez não serviria tão bem à trama estabelecida por Rowling, mas iria fortalecer a credibilidade do personagem Harry em nossa era de depressão e ansiedade. 

03º Remo Lupin

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Eu sempre gostei de Lupin. Nunca me recuperei inteiramente de sua partida após o terceiro ano, suas parcas aparições seguintes e sua injusta e abrupta morte. Cada vez em que o personagem aparecia após O Prisioneiro de Azkaban, eu torcia para vê-lo mais, saber mais dele, tê-lo com mais influência nos acontecimentos da trama do que somente breves palavras que servem para lembrar que ele ainda existe. Isto significa que o personagem lhe prendeu. 

E como. O Lupin de Prisioneiro de Azkaban é a mais simpática, sensível e tocante figura adulta da franquia Harry Potter. Misterioso e quieto, porém gentil, sábio, poderoso e com uma melancolia no olhar que esconde uma existência trágica e miserável, Lupin foi a primeira figura paterna de Harry e que lhe ensinou muito mais do que feitiços. A atuação calorosa e delicada de David Thewlis, com seu sorriso amável, contribuiu demais para isso. 

Entre os tantos fins traumáticos da série, é o de Lupin que mais lamento. Assim como Sirius, ele era muito talentoso e não teve o destino que merecia. Porém, ao contrário do amigo, muito da situação de Lupin se deve por uma condição imposta a ele por erros do pai, que fizeram o lobisomem Greyback descontar sua ira no filho, o destinando a uma existência marginalizada e medíocre. Lupin viveu de mudanças, isolado e criado como um doente até encontrar apoio e aceitação com os outros marotos em Hogwarts. Após ela, entretanto, sua vida desandou, vivendo como um mendigo até regressar a Hogwarts, um breve interlúdio que fora rapidamente corrompido pela revelação de sua natureza por Snape. Os poucos anos restantes de sua vida foram tomadas pela autodestruição, aceitando as piores tarefas da Ordem da Fênix e rejeitando seu amor por Tonks, oprimido pela culpa antecipada de que poderia relegar a seu filho a mesma vida miserável que levara, assim como a sua jovem esposa. Quando finalmente aceitou uma fagulha de felicidade, teve sua vida extirpada na Batalha de Hogwarts. 

Lupin, mesmo adulto, jamais deixou de ser um homem fragilizado e em busca de aceitação e pertencimento, com um complexo de inferioridade incompatível com o quão versado e brilhante era. Sendo a licantropia uma alegoria à AIDS, Lupin não encontrou o devido conforto em vida, vítima do preconceito do mundo para com sua condição. E foi somente em sua morte que teve reconhecidos seus valores, muito acima de sua doença. 

Eu não consigo me conformar com o final ter sido assim, mas confere um peso no personagem, como uma forte crítica à sociedade. 

02º Severo Snape

Keep Calm and Expecto Patronum! How to Summon Your Own Patronus in ...

O Príncipe Mestiço, dono do maior extremismo de reações do público. Tendo tido o privilégio de ter conhecido Harry Potter em tenra idade, consegui acompanhar boa parte da repercussão do fandom conforme os livros iam saindo, e a cada capítulo lançado, era divertido ver as pessoas usando passagens para reforçar seus argumentos se Snape era, afinal, bom ou mal. 

Confesso, sem querer soar como engenheiro de obra pronta, que sempre suspeitei de uma razão bem complexa por trás do comportamento rancoroso e vilanesco do personagem, tudo uma faxada para uma revelação que ao final o redimiria. Mesmo no assassinato de Dumbledore, sempre tiveram entrelinhas suspeitas ali. 

Por trás se escondia a mente mais conflituosa do Universo Mágico, que rendeu um twist , ainda que esperado, surpreendente e bastante emocionante para dimensionar a presença de Snape em toda a narrativa. O odiando ou adorando, ele sempre foi um catalizador forte de reações e emoções, o que mostra seu êxito como personagem. 


01º Hermione Granger

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Junto com Snape, Hermione é quem mais provoca reflexões na trama. Ao contrário do mestre de poções, entretanto, ela não centraliza todas por sua própria história, mas também destila muito por suas ações e pensamentos aos outros. Ainda que coadjuvante de Harry, Hermione possui força própria e que a torna mais indispensável na trama do que o ruivo, desempenhando um papel tanto psicológico quanto instrutivo e ativo no percorrer dos acontecimentos dos livros. Sem ela, Harry não passaria da Câmara Secreta, não salvaria Sirius e Bicuço nem iria tão bem no labirinto do Torneio Tribruxo. 

Rowling nunca foi forte escrevendo boas personagens femininas, algo que ela certamente deve se arrepender bastante, mas entendemos pela época da escrita. Acabou com o tempo que todas as energias foram canalizadas em transpor Hermione como um amálgama de todos os valores e desconstruções embutidos e representados pela nascida trouxa na ressignificação do que uma mulher é e poder ser. O valor de Hermione não está em sua inteligência, sua beleza, sua coragem ou sua determinação, mas em todos eles. Ela não é um arquétipo monocromático, mas sim uma força da natureza com carga alegórica que a torna tão palpável no mundo real, com ainda mais desempenho na sociedade contemporânea do que teve no andar da série. É a figura mais política de Harry Potter. 

Hermione teve de lutar até o fim contra estigmas e preconceitos para estabelecer seu valor. Enfrentou inclusive a resistência inicial de Rony e a passividade conivente de Harry para com seu amigo, e contínuas reprimendas por sua intelectualidade, algo que ela mesmo reconheceu, futuramente, como insuficiente e forma de escape para tentar sobrepor injustiças sociais a ela forçadas. A despeito de tudo, Hermione triunfou em cada aspecto que buscou desbravar, tornando incontestável o quão capaz é, a mais brilhante de sua idade, independente de qual seja ela, e muito mais do que isso. 

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Observações:

1. Eu gostaria muito de ter colocado mais mulheres aqui. Infelizmente, como disse, Harry Potter, por mais progressivo que seja, é produto de sua época e isso vem com consequências. Adoro Luna, mas acho que ela é mais uma caricatura do que uma personagem profunda, Minerva carece de plot e Gina se apaga muito pelos filmes. Já Fleur, que era a oportunidade perfeita de ressaltar a força de uma mulher em meio a três campeões masculinos, parece produto total de uma visão masculina objetificada, sendo ela retratada como excessivamente vaidosa e esnobe, além de ter ficado em última no torneio. 

2. Dobby e Hagrid foram os que mais me doeram deixar de fora. Em listas iniciais, os coloquei no páreo. Adoro ambos e a exclusão é mais devido a critérios, não predileção. 

E é isso, meus queridos e idas. Espero que tenham curtido o post. Deixem nos comentários suas impressões e a lista dos seus favoritos!

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