Como Treinar o Seu Dragão (2025) - Crítica
Como Treinar o Seu Dragão
Como treinar o seu dragão é um grande filme, mas tem razão, ou melhor, qual a razão dele existir?
Fazer uma crítica desse filme é como fazer uma crítica da animação, pontuando somente as diferenças de estilo, já que ele basicamente refilma quadro a quadro o original, só que sem o fator ineditismo do desenho.
Assim como Lilo e Stitch, e quase todo live-action, é um caso de subestimar a animação como arte inferior. Como se valesse menos, ignorantemente taxada de coisa para crianças. E infelizmente é assim que muitos veem a situação. Meus pais por exemplo. E é algo que me deixa muito triste.
E aqui, já que falei do Stitch, entro num dilema: Stitch ao menos tenta mudar as coisas - muda quase tudo pra pior, é verdade -, enquanto dragão se contenta em deixá-la as mesmas. Claro, afinal é uma história linda. Mas então volto ao início: qual a razão? Já que nem um remake temporal o justifica.
Mas bem, deixando de lado essa questão, vou tentar evidenciar o que deu certo nessa tradução de técnica, do desenho ao live-action. O fato de termos o diretor dos 3 filmes, Dean DeBlois, ao menos garante o coração do longa, mas também uma fidelidade obsessiva. Por medo ou paixão?
Ao menos, justamente por essa dedicação, temos um elenco afiadíssimo, que compra o espírito de seus personagens e consegue trazer simpatia, carinho e identidade aos vikings, jovens e velhos, com destaque pro Mason Thames de Soluço e Nick Frost de bocão. Quem mais perde são as crianças coadjuvantes, que no live-action, mesmo mantendo o tom cartunesco, perdem o charme e parte do humor que era muito mais expressiva e possível dentro de animação.
Quem vai melhor se beneficiar vai ser quem não teve, de alguma forma, contato à trilogia. Se maravilhar com o carismático Banguela, a história de redenção e perdão entre dragões e vikings, embalados pela trilha mágica de John Powell, que sabiamente mantém an original do desenho.
Ao fim, todas as virtudes do filme estão na animação. E seus defeitos, no geral, não. Um bom filme pela maravilha que é o desenho, seus personagens, enredo e música. Motivos para escolhê-lo ao invés do original? Não vejo. Mas se trouxer mais gente para esse universo, que seja.
Nenhum comentário