Tudo que eu assisti em Novembro - O Melhor e o Pior
Há muitos anos que não tinha um mês tão cansativo. Talvez nunca. Semestre extremamente puxado: clínicas, provas e trabalhos. Com pouca folga no ínterim de passagem de períodos, um acúmulo do ano todo sobre as costas. Não tenho forças para tal.
Deste modo, foram apenas 21 filmes vistos na véspera do calendário que abriga o natal, contra 27 de Outubro. As escolhas, infelizmente, também não foram tão sólidas quanto da última vez. Mas sempre sobra algo digno. Vamos a eles:
1. Valerian e a Cidade dos Mil Planetas (Luc Besson, França, USA e MUITOS PAÍSES, 2017) - Sci-fi; ★★★★★★
2. Super Dark Times (Kevin Phillips, USA, 2017) - Thriller, Post-Horror; ★★★★★★★★
3. Shenmue: O Filme (Yu Suzuki, Japão, 2001) - Crime, Ação, Drama; ★★★★★★★
4. Bom Comportamento (Benny Safdie, Josh Safdie, USA, 2017) - Crime, Drama, Thriller; ★★★★★★★★ - Crítica
5. Pokémon o Filme: Eu Escolho Você (Kunihiko Yuyama, Japão, 2017) - DecepAnimação; ★★★★★★
6. Papai Noel às Avessas (Terry Zwigoff, USA, 2003) - Crime, Comédia, Drama; ★★★★★★
7. Mayhem (Joe Lynch, USA, 2017) - Ação, Terror; ★★★★★★★
8. Blade: A Lâmina do Imortal (Takashi Miike, Japão, 2017) - Samurai, Ação, Drama; ★★★★★★★ - Crítica
9. Woman On The Beach (Hong Sang-soo, Coreia do Sul, 2006) - Drama; ★★★★★★
10. Logan Lucky (Steven Soderbergh, USA, 2017) - Comédia, Crime; ★★★★★★★★
11. Liga da Justiça (Zack Snyder, Joss Whedon, USA, 2017) - Herói; ★★★★★★ - Crítica
12. O Motorista de Táxi (Hun Jang, Coreia do Sul, 2017) - Drama; ★★★★★★★★ - Crítica
13. Brawl in Cell Block 99 (S. Craig Zahler, USA, 2017) - Crime, Ação, Drama; ★★★★★★★★
14. Jim & Andy: The Great Beyond (Chris Smith, USA, 2017) - Documentário; ★★★★★★★
15. Mudbound (Dee Rees, USA, 2017) - Drama; ★★★★★★★
16. Como Nossos Pais (Laís Bodanzky, Brasil, 2017) - Drama; ★★★★★★★★★
17. Life of Ryan (Daniel Mendelle, UK, 2014) - Documentário, Esporte; ★★★★★★★★
18. Serpico (Sidney Lumet, USA, 1973) - Drama, Crime; ★★★★★★★★
19. Kingsman: O Círculo Dourado (Matthew Vaughn, UK, USA, 2017) - Ação, Crime; ★★★★★
20. Rastros (Agnieszka Holland, Polônia +4, 2017) - Drama; ★★★★★★★
21. Assassinato no Expresso do Oriente (Kenneth Branagh, USA, Malta, 2017) - Crime, Drama; ★★★★★★★ - Crítica
----
Mesmo que tenhamos várias notas competentes e eu recomende qualquer obra acima de 7 estrelas, muitas foram as decepções, em menor e maior grau.
Kingsman é um filme moralmente problemático, mas seu charme residia na abordagem apegada ao humor-nego e descompromissado, juntamente a um elenco estupendo e o absurdismo escancarado com que lidava com seus problemas, contanto ainda com uma das cenas mais antológicas da década. Este segundo, entretanto, comete o erro mais comum de continuações de sucessos: a megalomania. Matthew Vaughn contradiz o que ele mesmo afirmou ter evitado, o que torna Círculo Dourado apenas uma verborragia extensa, enfadonha e menos impressionante que sua precursora.
Na contramão, Liga da Justiça me cativou como a Marvel vem falhando em fazer com sua fórmula saturada. É um filme falho e que perde muito do efeito quando analisado fora da animação pós-sessão, mas ainda assim, uma evolução se comparado com Homem de Aço e Batman x Superman; um meio termo entre a obscuridade ridícula destes e o grandioso Mulher-Maravilha. Expresso no Oriente, entretanto, longa que esperava muito, foi o maior tombo do mês, e fora Kenneth Branagh e seu bigode épico, pouco oferece.
Entre o tempo bem aproveitado, me divido principalmente no brilhantemente orquestrado Super Dark Times, uma metáfora muito inteligente sobre repressão sexual, mas sem deixar de entreter em sua condução, afinal, uma mensagem sem desenvolvimento é apenas uma ideia rasa.
Logan Lucky também surpreende, num leve retorno de Soderbergh às grandes telas, mas sem perder sua assinatura criminal. Se faz necessária uma suspensão de descrença para aceitar as conveniências solucionáveis, mas a diversão proporcionada compensa. Nada leve é Brawl in Cell Block 99, segunda experiência de seu diretor, após o empolgante Rastro de Maldade, que se consolida como um must watch futuro, e destoa de seus semelhantes como um dos maiores expoentes para filmar violência escrachada e sem culpa. Uma bela homenagem ao exploitation.
De lado ao contemporâneo, o clássico Serpico é um projeto correto e sóbrio do laureado Lumet, como deve ser. Sem histrionismos ou invencionices, o diretor não se destaca e deixa todo o esforço com a história, baseada em fatos reais, do policial Frank Serpico, que após anos testemunhando a corrupção de seus colegas, resolve ir aos tribunais combater a desonestidade da polícia nova-iorquina. Além disto, temos uma assombrosa atuação de Al Pacino em seu auge.
Falando em atuação, Bom Comportamento é um thriller inquietante e alucinógeno, liderado por um renovado Robert Pattinson, que cada vez mais se distancia de sua vergonhosa participação na série Crepúsculo, inclusive sendo boa aposta para temporada de premiações - merecidamente.
Mudando de idioma, o sul-coreano A Taxi Driver é um retrato bruto, impiedoso e, é claro, um pouco novelizado acerca de um dos acontecimentos mais sombrios da ditadura que assolou o país por décadas, enquanto o nacional Como Nossos Pais é certamente o que melhor vi em Novembro. Uma aula de cinema por parte da cineasta Laís Bodanzky, que não deve em nada à música de Belchior, de quem pegou o título emprestado para dialogar sobre decepções, alegrias e todo a natureza cíclica e imprevisível que rodeia qualquer família. Impagável, e se consideraram Bingo melhor que este a ponto de concorrer ao Oscar, anseio muito por assistir ao conto do palhaço.
---
E é isso. Espero que se interesse por algo e, caso assista, compartilhe sua opinião. Me adicione no Filmow. Bons filmes!
Nenhum comentário